terça-feira, 15 de dezembro de 2009

COISA DE ALMA





Vou falar baixinho, me entregar ao sonho.
Contemplar essa coisa de viver.
Inolvida ao meu ouvido e clareia.
Coisa de alma.
Coisa tanta que não cabe.
Extrapola.
Se eu pudesse me alimentava dessa luz e seria azul.

16/12/09 às 01:37

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

nada herméticas



Nada herméticas.
Antes viris.
Despudoradas e despadronizadas,
Bacanas e Sacanas em seus seus amores, sempre pagos depois da data estipulada e por isso mesmo de valor desconhecido.
Surrupiam sussuros e no meio daquela história mal contada elas reinventam caminhos e sinalizam vontades por cima das verdades inacabadas.
Ai, daquele que conseguir acompanhar suas sinuosas invenções.
Insólitas sacanas essas personalíssimas.
Amam redemoinhos, que o status quo nunca as alcance.


8/12/09 às 02:02 a.m.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

há presente



Há presente.
Há braços.
Há fogo.
Há carne.
Há marcha.
Há prosa.
Há surto.
Formiga bem debaixo do meu queixo a nítida sensação de que há.
presente, presente, presente.
há.
há luta.
o suor atrai porque tem cheiro de amora.
puro disfarce.
convite.
acinte.
teu olho.
meu olho.
há fantasia.
não há luta sem sonho.
no meu não falta alimento.
nem só de alma vive o poeta.
há carne em abundância convidando para a luta.
há delírio.
há prazer.
na luta.
do presente.

Há dias de chumbo
Há dias de glória.
E o suor tem cheiro de amora.
Amora importada que a gente economiza porque é cara.

caras são as palavras.
caro é o meu amor.
amor na luta,
no chumbo,
delírio,
desvio,
à crise há letras.
há metáfora.
há cândida devassa
deliciosamente dialética.
meu olho.teu olho.
há presente.
dentro de mim.


e há a madrugada que antecede um dia de cão.

2/12/09 às 04:38 a.m.