terça-feira, 18 de março de 2008

um barraquinho resistente à beira mar

Posso rememorar com detalhes, cada paixão que tive.E não foram muitas, tanto que ainda tenho todos os dedos da mão esquerda e os dos pés intactos.O curioso é que apaixonar-se é como atuar, no exato instante que você se imbui daquele papel é como se a atmosfera condensada de sensações apregoasse pelas carnes e pelos ossos e aglutinassem o corpo num só movimento. Foi assim que as minhas paixões tomaram forma,elas tiveram a agudeza de me prender a atenção, a primeira ainda na curva dos 16, sinalizava uma relação de admiração que ainda não experimentei novamente.Eu era uma aprendiz sempre arguta observadora encantei-me pelas mãos. O excesso de charme cominado com um perfume não me passou despercebido.a paixão passou quando me dei conta da condição mortal do meu mestre.A primeira é quase sempre a mais memorável.Rendeu-me muito suor e um título.a segunda, no limiar da maioridade foi de um platonismo pungente e a mais idealista de todas. Ele foi meu deus ébano e creio que nunca terá consciência disso.
Com ela aprendi a ter coragem de ouvir o que se tem prá dizer.E a partir daquele dia isso pra mim é fundamental, buscar e ouvir as palavras.Sempre há algo a dizer.a terceira, um sonho que nunca vivi pois não era meu.talvez pela vivacidade e mistério, que não se faz mais presente, acreditei que houvesse sintonia.apostei na entrega.mas como pode haver uma doação de coisas que não te deixam pertencer?não me via ali, aquela relação me dava a impressão de que prá se concretizar eu teria que ser outra.nunca o senti pleno.sucumbi tentando revelá-lo prá mim.desisti. época de tormentos e agonias que não ouso despertar.a quarta um engodo com um perfume inesquecível 212,um nome soletrado pelo destino,o meu Rio.restou-me uma pulseira e sua singela poesia. a quinta (considero o sexto dedinho da mão direita),fulminante.durou exatamente uma semana.sábado memóravel.um quase estranho que, paradoxo, conhecia há anos. uma sintonia "lança perfume".sexta, o falso pretendente perfeito.a serenidade superficial em forma de guri.
Uma moda de viola que se repetiu por tempo demais.sem nenhuma razão plausível.Todas essas agora estão em terreno isolado, porque as paixões encerram um paradoxo em si mesmas quando findam.e por que findam? prá mim elas não morrem, apenas cumprem seu papel, como boas dramaturgas.Agora, me arrisco a supor mais uma? seria a sétima?posso dizer sem medo que "foi" a mais divertida, com quem tive a gargalhada mais intrínseca, de cheiro mais profuso,de feição e modos exóticos e pitorescos numa atmosfera dionísica ideal para a nossa tragicomédia,a dúvida sobre sua real personalidade como,talvez uma forma de se auto- afirmar ou se defender, maquiando o encanto dos olhos e da covinha que eu percebi na primeira olhadela desinteressada, a intensidade insuportável que me fez cambalear, o medo confesso levianamente ou como desabafo?Se fosse pra mentir que estivesse ao menos com os inseparáveis óculos de sol.
Sim, porque me é doloroso constatar que uma paixão incomum deixou-se quedar assim.Não com aquela intensidade descomunal, não com minha risada tão minha.A falta de explicação para a concretude dos fatos me deixa indefesa.eu que me supunha outra.bem maior.o silêncio serve como resposta.o silêncio e um nick que ,custa-me, não ser prá mim.o consolo, mesmo que não por hora, é saber que como as outras dramaturgas, essa paixão também cumprirá seu papel e se findará. E, como todo ator se sente muito ligado à sua última atuação, ainda estou ligada a essa sétima.a sétima com gosto de pinga de maracujá.(E claro que perderia totalmente a graça se eu sempre escrevesse cartas de paixão esperando resposta.Desculpe, apostei que pudesse responder.errei.) .



É preciso sentir um pouco da dor prá se curar. Assim versa um princípio da homeopatia.


Aos poucos vou construindo um barraquinho resistente em frente ao mar.

Bella 18/03/08 às 4:59 a.m.



um dos paradoxos das paixões: todas elas seguramente estão dormindo essa hora, sem vestígios de lembranças minhas. *

segunda-feira, 17 de março de 2008

mais que mil pés




É preciso fazer uma canção
Um trato, uma entrega, uma doação
É preciso a chuva escura, a noite
A solidão
É preciso tudo agora
Um dissabor uma vitória uma confissão
A voz de um instrumento e a tua mão
Que nos faça acordar
Sim
Meias palavras não bastam
É preciso acordar
É preciso mergulhar mais que mil pés
Onde Netuno traça o rumo das marés
É preciso acertar a direção dos pés
Quando os velhos caminhos se esgotam
E os tempos não voltam
Não voltam
É preciso alcançar outra estação
Mesmo com sono mesmo cansado solto como um cão
É preciso o sol e a rua a tarde
A multidão
É preciso Atravessar lá fora
Um corredor um rio da história uma revolução
O caos de uma palavra nova, um sim e um não
Que nos faça acordar
Sim
Meias palavras não bastam
É preciso acordar
É preciso mergulhar...


Antonio Virelloy


18/03/08 às 00:34

domingo, 9 de março de 2008

um século, um mês,

sempre falta um mês,os passos se desconectam em algum ponto da teia e eu nunca sei aonde.
Não me importa que me importe.È uma indagação autômata da minha mente.Em que lapso do inconsciente findo?muitos mundos.o meu nunca é.esse?receio que não.há muito mais.tem que haver.seria profano e cruel acorrentar o Mistério da Vida nessa celazinha imunda de cada dia.mais alma, mais fé.sinto que essa vida será pouca.incompleto-me.resigno-me?

por Bella 10/03/08 às 3:06 a.m.





O Vento


Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faza vida é curta pra ver...
Eu pensei..
Que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar:Um século, um mês,três vidas e maisum passo pra trás?
Por que será?... Vou pensar.-
Como pode alguém sonharo que é impossível saber?-
Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer e isso, eu vi,o vento leva!-
Não sei mais sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...
E isso por que?Diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais rir um do outro meu bem
então o que resta é chorar
e talvez,se tem que durar,vem renascido o amor bento de lágrimas.
Um século, três,se as vidas atrás são parte de nós.
E como será?
O vento vai dizerlento o que virá,
e se chover demais,a gente vai saber,claro de um trovão,
se alguém depois sorrir em paz.
Só de encontrar... Ah!!!

_______Amarante______

é sempre um momento catártico ouvir o vento

segunda-feira, 3 de março de 2008

um elogio espirituoso!


Hoje depois de ontem, depois da prova de ontem, depois da viagem de ontem, depois da noite de ontem,depois da longa noite,fazia tempo também que minha noite não era assim,longa.e com chuva.noite barrenta.dia nublado e lamacento.essa lama costuma atolar os buracos.ainda bem.do IL se via uma menina com as batatas da perna cheias de lama e os braços atolados de coisas. toda atolada.sobrou a trança.
auto-controle caiu bem. na falta dele:

SEU BOSTAAA NÃO PODIA TER ME ENGANADO MAIS!

confie mais na 1ª impressão que tem das pessoas. *

Pois bem, retomando o auto-controle, preciso tomar um banho, mas não antes
de saber que minhas panturrilhas enlameadas chamam atenção:

Depois do IL e da lama( que ainda não lavei)

Bruno diz:
sim sim
Bruno diz:
escrever sobre o poste...
Bruno diz:
nada a ver
Bruno diz:
tem q vir lá, lá do fundo
^Belinha^ diz:
to tapando ec buraco
Bruno diz:
pode tapar. depois alguém vai lá e cava outra vez, até chegar bem no fundo
^Belinha^ diz:
n chega
^Belinha^ diz:
mais n chega
Bruno diz:
minha irmã falou q a batata da sua perna é a mais bonita q ela já viu. a gente é assim
Bruno diz:
percebe coisa diferente jfiashdopfaihspdihfapsihdfais
Bruno diz:
boa noite.
^Belinha^ diz:
e olha q minha batata tava cheia
^Belinha^ diz:
d lama
^Belinha^ diz:
e barro
Bruno diz:
hiahsdiphfapsihdapishdaihsd
Bruno diz:
imagina num salto
^Belinha^ diz:
espirituosa a Kiara
Bruno diz:
hoaishfdpiahsdpfiahsdpiha
^Belinha^ diz:
ia cair neh´





um elogio espirituoso!
tá aí, Kiara, um nome exótico
se tiver uma filha além da Aysha colocarei Kiara! *



4/03/08 às 00:16 a.m.