Me lambe gotejando sua saliva fértil em meus poros.
Me chupa com força porque eu quero a marca dos nossos dias desenhando roteiros sobre minha pele.
Me morde mastigando essa carne que jazia adormecida o sono secular dos retratos mal limpos, das conversas cuspidas, dos fast food sentimentais, das alegrias pudicas.
Rasga assim minha consciência, me lanhando à gilete porque eu quero meu sangue escorrendo aos poucos, quero sentir a transfusão das gotas caindo do meu corpo para o seu coagulando impregnadas em poças viscosas ao nosso redor.
Me pergunto se foi eu mesma quem te escolheu ou se fomos nós, sós no degredo, que escolhemos um ao outro...
Aysha Santiago
28/05/10 às 6:56 a.m.
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