terça-feira, 24 de julho de 2007

2:25 a.m.

Voltei a ler Agatha , mas de uma maneira diferente,consegui até encontrar um veia socialista meio empertigada nela!(depois falo sobre isso).Pois bem, Sr. Quin acredita que o presente é um tanto quanto...limitado.Falta atmosfera no presente,as emoções embotam os sentidos e impedem que a gente veja o que realmente acontece.Eu me considero uma pessoa que sabe o que acontece com ela ,embora seja rebelde em relação as minhas considerações e conclusões.È nesse contexto que se encaixam os amigos(entendam, amigos têm um um significado mais profundo prá mim).Tenho amigos e amigos.Escrachados e desabusados são alguns( são perfeitos na 3 e meio ,simplificando), analíticos(um dos quais me mete medo ,pois sempre me sinto menos conhecedora de mim do que ele),as pares(tão confusas quanto eu),a crescente(vi que ela tá amadurecendo o lado que faltava ou que sobrava),a carente(sei que me ama mas me odeia também), o tempo(esse se provou o melhor dos juízes).Quando empaca tá presente ,martelando com teimosia aquela agonia besta ,quando passa é passado clareia a minha miopia crescente e arrasta prum futuro que é um pouco de passado mas afinal, é futuro.Não consigo me fazer clara por agora, só sei que os amigos esses compõem a atmosfera adequada do tempo. È catarse, é epifânico.Tempo, eu te amo amigo!
Ah, o relógio do pc a dias não me informa o dia nem a hora certa nele são (21/07/07 as 6:25 a.m.)
Vou correr até o relógio da cozinha dois tempos.....


25/07/07 às 2:25 a.m.


beijo e obrigado Pi, pelas conversas.

Um comentário:

  1. Escrevo agora, de maneira fidedigna, as palavras de Santo Agostinho no livro Confissões:

    O Que É O Tempo?

    Não houve tempo nenhum em que não fizésseis alguma coisa, pois fizéis o próprio tempo.
    O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém mo perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.
    De que modo existem aqueles dois tempos - o passado e o futuro -, se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o passado, já não seria mais tempo, mas eternidade. Mas se o passado, para ser tempo, tem necessariamente de passar para o passado, como podemos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir?

    Bella, olha que pensamento incrível: "a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir".

    Outra obra de arte que fala sobre o tempo é a música Time, do Pink Floyd. Ela diz:

    Cansado de deitar-se à luz do sol
    De ficar em casa observando a chuva
    Você é jovem e a vida é longa
    Há tempo de viver o hoje
    E depois, um dia você descobrirá
    Que dez anos ficaram para trás
    Ninguém te disse quando correr
    Você perdeu o tiro de partida

    [...]

    Cada ano está ficando mais curto
    Nunca você parece ter tempo.
    Planos que tampouco deram em nada
    Ou em meia página de linhas rabiscadas
    Insistindo num desespero quieto
    É a nossa maneira
    O tempo se foi, a canção terminou
    Pensei que tivesse algo mais a dizer.

    Walter Benjamin diz que somos, em essência, memória. A memória vincula o passado ao presente, e esse só possui significado em comparação com o passado.
    De fato, o presente deve receber grande parcela da nossa atenção. Caso fiquemos preso ao passado(aí vira nostalgia), de nada adianta.
    Fico, é claro, com a síntese.
    Olhemos para o presente embebidos das nossas experiências passadas. Elas possibilitam um olhar mais claro em relação aos fatos.

    Beijo Bella,

    Obrigado por instigar a reflexão deste garoto que vos fala.
    Obrigado pelas conversas.

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