domingo, 13 de abril de 2008

Parênteses


Nossa, tanta coisa aconteceu comigo nesse começo de ano, houve abundância tamanha de parênteses, que um se sobrepôs ao outro, formando um conglomerado gráfico que atinge proporções consideráveis até a data de hoje com previsão de crescimento nas próximas semanas e meses.Consolido minha teoria inicial sobre *Dialética Lírica* e os mecanismos das relações humanas.
O caso é que sobram pessoas importantes na minha vida e faltam as que realmente me entendem.Sim, porque amizade não é sinônimo de entendimento, também não elejo como requisito básico de amigo a predisposição a essa compreensão, porém sinto que a carência do "falamos a mesma língua " começa a mostrar
sinais evidentes e isso me chateia.
Possuo diversas facetas,da dionísica hedonista destilada, aquela do 'manhecer' ao som do tamborzão à introspectiva bruta, aquela do manhecer em frente ao pc refletindo e mastigando acontecimentos. E existem seres e seres.Alguns se assustam quando mostro meu refúgio catártico.
Acho que cuspo palavras demais na transição oba-oba.
Outros,me pergunto se são adaptáveis aos ambientes diversos de convivência.
Na dúvida, ficam sem conhecer o meu lado escrachado e desbocado.
Entre esses extremos, vou angariando figuras humanas notáveis ao pequeno laboratório vivo da dialética lírica.
Só que chega um momento que você cansa dos parênteses e satura-se com o excesso de críticas ao seu modo de ser.Chega de parênteses!
Esse insight me veio depois de uma ligação (é incrível como só percebo nuances e fico puta depois que a situação ocorreu), ou melhor ,do final da ligação: "Amiga, fica bem tá?!"
Porra, por que raios eu estaria mal?Por que não tenho namorado, gosto de muitas cores e saiões, não faço escova, tampouco uso salto,minhas unhas brilham no escuro, minha risada é estridente.... Por isso? Que mania chata de tentar me mudar quando não quero ser mudada..Eu não tô bem porque não fui a um show que nem sei o que cantam só porque todo mundo ia?Ou porque, prá variar, um bofinho diz que gosta de mim e pega a primeira baranga que aparece?Ah, ela acha que eu tô mal porque ele ia e não me chamou, deve ser por isso!
Sinto falta da Isa por causa disso, nunca encontrei pessoa mais parecida comigo do que ela, a gente convivia tranquilamente juntas com a presença dos dois extremos.Descalças na praia ou perdendo a linha no funk ou gritando nossas incertezas ou subvertendo. Mas sempre juntas!Isa & Isa
À respeito dos bofes a coisa tem que fluir naturalmente, sem essa do "código de conduta prá não dá a mancada da xonadinha ". A gente fica aguniadinha quando o dito cujo parece que é frio no msn logo depois de dizer coisinhas bonitinhas no encontro. O fato é que concomitantemente a ele, aparecem uns guris que você se diverte conversando , a conversa rola solta e sem precisar marcar o tempo e a maneira correta de dizer algo, simplesmente sai.
A verdade por enquanto me parece só uma: o troço quando flui, flui e pronto. Se não fluiu, cabô. fica de boa, parte prá outra. Embora tenha sido divertido e importante no processo "do desencana daquele bosta" ele não vai se retratar do vacilo que deu, quis ir pro show sozinho mérmo e você não acreditou quando ele disse pelo msn que tava com saudades né?
Atitude é prá quem tem coragem e predisposição prá me entender, quero algo que flua, carne e alma juntas fazendo tricô.

Ah, também tô com saudades e não vou sumir.Juro! e o show foi bom meu lindo?!
essa é a maneira correta de agir no msn.




Aboli os parênteses.

bella 13/04/08 às 5:35 a.m.




Texto complementar:



Dialética lírica


È incrível como de saltos em saltos,aparentemente inesperados, as coisas que mais fizeram sentido durante um tempo que parecia interminável simplesmente se desvanecem... levando com elas todo o significado de cada ato aloucadamente arquitetado..o mecanismo da dialética lírica consiste nisso,a contradição que advém com fatos novos resultantes do complexo contexto das relações humanas.
O lirismo é o elemento diferenciador que permeia a atmosfera desses conflitos, dando-lhes o substrato essencial à posterior nostalgia.ingrata nostalgia.
È devido ao excesso de lirismo sinestésico que há, muitas vezes, o embotamento momentâneo dos sentidos, levando-se à falsa impressão de plenitude de vibrações favoráveis.
De tal sorte, que incorre-se em falsas conclusões com relação à pessoas e situações, voltando-se sempre ao ponto inicial da contradição.
A minha eterna dialética lírica, mola propulsora das convulsões internas, "consumição produtiva".


21/02/08 às 1:18 a.m.por Bella

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sol!





HOLOFOTES

Desde o fim da nossa história
Eu já segui navios
Aviões e holofotes
pela noite afora
Me fissuram tantos signos
E selvas, portos, places
Línguas, sexos, olhos]
De amazonas que inventei
Dias sem carinho
Só que não me desespero
Rango alumínio, ar, pedra, carvão e ferro
Eu lhe ofereço
Essas coisas que enumero
Quando fantasio
É quando sou mais sincero
Eis a Babilônia, amor
E eis Babel aqui
Algo da insônia
Do seu sonho antigo em mim
Eis aqui o meu presente
De navios e aviões
Holofotes, noites afora
E fissuras e invenções
Tudo isso é pra queimar-se
Combustível pra se gastar
O carvão, o desespero
O alumínio e o coração


Gal----

7/04/08 às 18:42