sexta-feira, 16 de abril de 2010

CONTO SELECIONADO COMO CANDIDATO À PUBLICAÇÃO NA REVISTA FICÇÕES!









FELICIDADE EM UMA CAMA KING SIZE ,
FOI SELECIONADO COMO CANDIDATO À PUBLICAÇÃO NA 20ª EDIÇÃO DA REVISTA FICÇÕES !!
PRECISO QUE LEIAM E  COMENTEM, À VONTADE !!



"Há alguns trechos de crueldade muito bem compostos. Vaidade feminina pura, esse animal perigoso e conservador do antigo. Gostei especialmente do desespero maltrapilho e trágico à Bukowski quando da quase-catártica vomitada e das reminescências da sinceridade virginal há muito rota... Crise de consciência forte esse soluço de quase-arrependimento. Mostra quão ao meio termo a condição humana está: tocar com a língua o mel e o fel dos indizíveis mistérios escondidos na cavernosa vagina da Vida -- só nossa distópica heroína sabe o gosto, o cheiro e a luminosidade da miscelânea de sangue de quem se ama! -- e ter de sentir o peso da inexorabilidade do que é irretratável, como que uma fisgada num membro amputado, sentida na fantasmagórica alma ferida pelo punhal afiadíssimo da culpa. Nossa heroína está, como a Humanidade, sempre no meio, na mediocridade: ora poderia ser considerada uma visionária legisladora de valores, ora uma reles vagabunda desajustada com um narcisismo esquizofrênico incorrigível."

João Paulo.



terça-feira, 13 de abril de 2010

EU NÃO SEI SE É BOM MAS É TEU.

http://www.youtube.com/watch?v=PQVCDCBDYuI
(cena interpretada por Paulo José e Leila Diniz)

" -Maria Alice, escrevi um poema para você.
Eu não sei se é bom mas é teu, de modo que vou dizer:

Se não fosse meu o segredo de teu corpo, eu gritaria pra todo mundo. 
De teus cabelos, agrestes,
sob os quais faz noite escura,
de tua boca, 
que é um poço, 
com um berço no fundo, onde nasci. 
De teus dedos, longos como gritos. 
Teu corpo, para compreendê-lo é preciso muita convivência... 
Teu sexo é um rio, onde navego meu barco aos ventos de sete paixões.
Longo caminho, poucos viajantes o percorreram impunemente.
E tua alma. Tua alma é teu  corpo.
(Domingos Oliveira para Leila Diniz : Todas as mulheres do mundo,1966)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

FELICIDADE EM UMA CAMA KING SIZE


Eu posso dizer que matei todos os meus amigos para ver que gosto tem amizade putrefada.Talvez a náusea do cheiro me cause algum efeito redentor mais revelador que nossas pseudopresenças.Eu posso dizer, que logo depois de matar meus amigos, eu matei você porque me emputeci solenemente com nossa transa mal feita sem língua e sem gozo.Me senti aliviada em saber que você foi responsabilizado pela falta de talento para amante, ou menos,que nem trepar direito sabia mesmo,para que viver nesse mundo de “meldels” se nem uma chupadinha você sabia dar?
Depois,peguei meu ônibus e fui em pé para ceder lugar a um velhinho que podia ser você se soubesse trepar, fiquei ouvindo Eu te amo do Chico com uma entonação mais dramática que de costume, como se algum dia na vida eu tivesse te dado meus olhos para você tomar conta, imagina a merda que ia sair? Ou que meu sangue tivesse se perdido junto com o navio exilado no Haiti.Se ainda tivéssemos fodido como dois pagãos,poderia relevar a tua falta de jeito para escafandrista.
Chorei a morte dos meus amigos como a fisgada de um membro amputado, vomitei a madrugada toda o vazio dessas perdas e, afirmei com a convicção de uma virgem, que te amava e que amizades são pérolas no mar infindo.
Logo depois, vi a marca branca da aliança que um dia você me deu prometendo felicidade em uma cama king size .Melhor seria se tivéssemos comprado um kama sutra ilustrado e  nos matriculado numa aula de sexo tântrico para casais enquanto ainda havia tempo.Agora eu te matei e aprisionei na minha marca branca da aliança para sempre, como castigo.
Nossa, imagina  que tipo de vilã pós-moderna de um romance ainda não escrito eu me tornarei ? Best-seller na certa. Meus gritos no escuro por uma tira do New York Times.Minha masturbação mental e vaginal por um elogio do Harold Bloom.Minha solidão por uma cama king size na beira da praia...
Tá vendo porque morreram?


1/04/10 às 3:34 a.m.