Eu posso dizer que matei todos os meus amigos para ver que gosto tem amizade putrefada.Talvez a náusea do cheiro me cause algum efeito redentor mais revelador que nossas pseudopresenças.Eu posso dizer, que logo depois de matar meus amigos, eu matei você porque me emputeci solenemente com nossa transa mal feita sem língua e sem gozo.Me senti aliviada em saber que você foi responsabilizado pela falta de talento para amante, ou menos,que nem trepar direito sabia mesmo,para que viver nesse mundo de “meldels” se nem uma chupadinha você sabia dar?
Depois,peguei meu ônibus e fui em pé para ceder lugar a um velhinho que podia ser você se soubesse trepar, fiquei ouvindo Eu te amo do Chico com uma entonação mais dramática que de costume, como se algum dia na vida eu tivesse te dado meus olhos para você tomar conta, imagina a merda que ia sair? Ou que meu sangue tivesse se perdido junto com o navio exilado no Haiti.Se ainda tivéssemos fodido como dois pagãos,poderia relevar a tua falta de jeito para escafandrista.
Chorei a morte dos meus amigos como a fisgada de um membro amputado, vomitei a madrugada toda o vazio dessas perdas e, afirmei com a convicção de uma virgem, que te amava e que amizades são pérolas no mar infindo.
Logo depois, vi a marca branca da aliança que um dia você me deu prometendo felicidade em uma cama king size .Melhor seria se tivéssemos comprado um kama sutra ilustrado e nos matriculado numa aula de sexo tântrico para casais enquanto ainda havia tempo.Agora eu te matei e aprisionei na minha marca branca da aliança para sempre, como castigo.
Nossa, imagina que tipo de vilã pós-moderna de um romance ainda não escrito eu me tornarei ? Best-seller na certa. Meus gritos no escuro por uma tira do New York Times.Minha masturbação mental e vaginal por um elogio do Harold Bloom.Minha solidão por uma cama king size na beira da praia...
Tá vendo porque morreram?
1/04/10 às 3:34 a.m.
Vc sempre me surpreende!! Sempre!
ResponderExcluir=O
Intenso, singular. Através do texto é possível sentir essa
angústia meio sem nome,sem adjetivo.Possível fazer tantas milhões
de analogias com seu texto... pensei em muitas possíveis.
Em q a falta de sexo representaria a falta do utro que transcende
qualquer desejo, carnal ou não, puro ou não.
A verdade é que nesse ambiente em que tudo é permitido, felizes
aqueles que se permitem viver através das palavras,
gestos e sentimentos que somos obrigados a conter e esconder
com máscaras e hipocrisia.
To confusa.... hahhaa
mas imensamente feliz por ler um texto que me provoca de
tantas maneiras!
Parabéns, Bel!