segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Paz e Arroz





Que pássaro lascivo se intercala
no queixume sutil de tua estrofe
e não se sabe mais se é dor, delícia,
espinho, afago, morte, renascença?
Drummond

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Nem tão METAFÓRICA assim




Meu bem, guarde uma frase pra mim dentro da sua canção
Esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão
Eu quero um gole de cerveja no seu copo no seu colo e nesse bar
Meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja
Não quero o que a cabeça pensa eu quero o que a alma deseja
Arco-íris, anjo rebelde, eu quero o corpo tenho pressa de viver
Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar
Que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar
Tempo para ouvir o rádio no carro
Tempo para a turma do outro bairro, ver e saber que eu te amo
Meu bem, o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente
Tome um refrigerante, coma um cachorro-quente
Sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem
Tem essa pressa de viver
Meu bem, mas quando a vida nos violentar
Pediremos ao bom Deus que nos ajude
Falaremos para a vida: "Vida, pisa devagar meu coração cuidado é frágil;
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela"
Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão
O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo , vem morrer comigo
Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído, completara o meu destino.
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo
Vem morrer comigo, meu bem, meu bem, meu bem
Que outros cantores chamam baby


Belchior.

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e pelas metáforas em excesso eu vou seguindo e você, ou o que meu eu metafórico acredita que você seja,vai se definindo rasamente, ao passo que não sei bem qual o sentimento que estou criando.Sei que algumas das melhores letras foram feitas do lado de dentro somente, mas algumas outras tantas precisaram de quatro mãos.É esse o meu momento.
E pela minha mania de viver sempre às vésperas que eu digo, não, não por favor, por ora estou cansada das metáforas.
Deixo elas de lado pra conviver com a PRAGMÁTICA.
Ah, e me avisa , seu eu estiver muito METAFÓRICA assim.
Deve ser porque Metaforicamente desenhei você com inteligência respeitável para ler nas entrelinhas.
Se leu, me avise PRAGMATICAMENTE.

Leu?


19/01/010 às 22:49

sábado, 16 de janeiro de 2010

ATUAL

Numa existência curiosamente interessante.
A tristeza se houver nunca foi tão bela. Tudo são signos, partículas de mundo em busca de interpretação, cintilando pra atrair minha atenção.E o coração trabalha e se deleita com a vida.Creio que ele tá aprendendo essa nova arte de viver.
Eu corro porque ele me acena lá de longe e eu preciso acompanhá-lo, senão "piriga" deu ficar no meio da estrada sem ter pra onde ir, porque voltar de onde vim isso não é mais possível.
Os anjos passeiam por esse mundo e sei que eles estão bem perto soprando por aí suas tramas.


Agradeço todos os dias por flutuar.
Agradeço pelo amor que é atemporal e diverso.
Agradeço por redescobrir o valor de um canto pra sentar só pra deixar que o coração seja tomado pelas diversas nuances desse amor.
Na ponta da palavra está a palavra é prá lá que eu vou, se quiser você pode me acompanhar.


16/01/2010 às 06:28 a.m

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

SIMPLESMENTE




Simplesmente

Simplesmente posso esperar
Aqui por você
Uma eternidade, uma tarde inteira
Simplesmente posso encontrar
Qualquer distração
Ruas da cidade, restos de uma feira

Eu tomo um atalho lá, só pra te perder
Enquanto olho os aviões
Nada tremeu no ar, não vi nenhum sinal
Simplesmente posso esperar

Simplesmente posso esquecer
Da guerra ou da paz
Uma eternidade, uma tarde inteira
Calmamente posso contar
As nuvens do céu
Rostos na vidraça, flores dessa praça

Desço a Consolação só pra coincidir
Leio manchetes por aí
Nada tremeu no ar, não vi nenhum sinal
Mesmo assim posso esperar

Até deixar um recado na tarde
Uma simples saudade
Que você vai sentir
Quando sentar-se à mesa
Uma simples certeza
Que agora é você quem espera por mim.


Samuel Rosa e Chico Amaral

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

LINGUAGENS




"...acima do Atlântico,
acima do arco- íris
Perfeitamente fora do rigor cronológico
Sonhando
Voais comigo sobre continentes e mares
E também rastejais comigo pelos túneis das noites clandestinas"

Gullar

domingo, 3 de janeiro de 2010

PARA IR






Para além da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objeto - é para lá que eu vou.
À ponta do lápis o traço.
Onde expira um pensamento está uma idéia, ao derradeiro hálito de alegria uma outra alegria, à ponta da espada a magia - é para lá que eu vou.
Na ponta dos pés o salto.
Parece a história de alguém que foi e não voltou - é para lá que eu vou.
(...)

Na ponta da palavra está a palavra. Quero usar a palavra "tertúlia" e não sei aonde e quando. À beira da tertúlia está a família. À beira da família estou eu. À beira de eu estou mim. É para mim que eu vou.

(...)

E à beira do amor estamos nós.

Clarice Lispector




Para ir.
Muito trabalho.
Encantamentos densos.
Escolhas e desafios.
Amém.
3/01/2010 22:32